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Nas sombras de um lar onde as palavras "sinto muito" não ecoam, crescem pessoas que aprendem a se proteger não com palavras, mas com o silêncio. A ausência do pedido de desculpas, esse gesto tão humano, torna-se uma marca invisível carregada através dos anos, se dizendo que admitir falhas é sinônimo de fraqueza e de vergonha. Quando crianças são criadas em ambientes onde o tratamento de silêncio prevalece sobre o arrependimento, elas são ensinadas, sem palavras, que seus erros são inaceitáveis e que não merecem compreensão. Esta é uma “educação” emocional severa e solitária, onde o amor e o perdão sao raros, e a vulnerabilidade um luxo. Em nossa busca por conexão e entendimento, nos encontremos frequentemente perdidos, incapazes de articular um simples reconhecimento: “Eu errei. Me desculpe.” Este ato, tão importante em sua simplicidade, torna-se um obstáculo dificílimo, que muitos não conseguem passar. O que esse silêncio nos ensina? Que melhor é o vazio das palavras do que a exposição dos sentimentos. Que é preferível viver à sombra dos nossos erros, em vez de enfrentá-los. Crescemos então, moldados pela crença de que o silêncio nos protegerá, que ele é como um guardião . Mas a verdade, aquela verdade que lateja no fundo, é que cada momento de silêncio é uma oportunidade perdida para a cura, para a aproximação, para o amor. E o que dizer da sociedade que nos cerca, que nos ensina a competir até na dor, a esconder nossas falhas como segredos. Vivemos numa cultura que idolatra a perfeição, mas se esquece de que são nossas imperfeições que nos tornam humanos, conectados uns aos outros. Pedir desculpas, então, não é apenas um ato de reparação; é um ato de rebelião contra um mundo que valoriza mais o orgulho do que a verdade, mais a imagem do que a essência. É um sinal de força, não de fraqueza; de coragem, não de covardia. É o reconhecimento de que todos nós somos falíveis, e que há beleza e dignidade em admiti-lo. Portanto, que aprendamos a dizer "desculpa", não apenas da boca pra fora, mas com verdade. Que possamos reconhecer que, nesse ato de vulnerabilidade, encontramos nossa força. E que, ao quebrarmos o ciclo do silêncio, possamos ter compreensão e empatia, onde antes havia apenas traumas. #psicologia
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psicologmind
8 months ago
Freud e a psicanálise pode ter muitos defeitos, porém, você nunca poderá dizer que eles não tenham trabalhado ativamente para trazer a discussão de como a sociedade nos adoece. Bem, a psicanálise procura desvendar uma realidade muitas vezes oculta. Como a tendência de internalizar a culpa pelos nossos transtornos psicológicos, ignorando as complexas dinâmicas sociais e sistêmicas que contribuem para o nosso sofrimento. Esta compreensão dá a perspectiva crítica sobre como somos educados a perceber nossas lutas internas, desafiando-nos a questionar não apenas a nós mesmos, mas também o sistema em que estamos inseridos. É essencial reconhecer que a psicanálise, desde Freud, aponta para a importância do ambiente social e das relações interpessoais no nosso desenvolvimento. Os transtornos psicológicos não surgem no vácuo, mas sim o resultado de interações entre a biologia individual, experiências de vida, e o contexto social e cultural. E há uma forte tendência em nossa sociedade de atribuir a responsabilidade pelo bem-estar mental exclusivamente ao indivíduo. Essa perspectiva ignora as influências externas, como a pressão por sucesso constante, a competição, a desigualdade socioeconômica, e o impacto da tecnologia e das mídias sociais na nossa percepção de nós mesmos. Ao fazer isso, o sistema perpetua um ciclo de culpa, e os indivíduos se veem como únicos responsáveis por seus transtornos e falhas em superá-los. A psicanálise, com sua ênfase no inconsciente e nas forças históricas e sociais que moldam o indivíduo, nos convida a olhar além dessa visão reducionista. Ela sugere que muitos dos nossos conflitos e transtornos sejam reflexos de um mal-estar social mais amplo. Por exemplo, a ansiedade generalizada pode ser entendida não apenas como uma disfunção individual, mas também como uma resposta a um mundo cada vez mais incerto. Além disso, a psicanálise nos leva a questionar a normalidade e a patologia. Em um mundo onde a adaptação a sistemas injustos é frequentemente vista como um sinal de saúde mental, a resistência a esses sistemas pode ser vista como doença mental. Isso revela uma dinâmica: ao invés de questionar e buscar mudar as estruturas que nos fazem adoecer, somos levados a acreditar que o problema está em nós, isolando-nos em nossa dor e impedindo ações coletivas para mudança. Portanto, o desafio que a psicanálise propõe é duplo. Por um lado, ela incentiva a rever nossas próprias mentes, reconhecendo como nossas histórias pessoais e inconsciente estão entrelaçadas com os transtornos. Por outro, ela nos impulsiona a olhar para fora, para entender como as estruturas sociais, políticas e econômicas contribuem para nosso sofrimento mental. Ao estudar, tornamo-nos mais prontos para ver além da narrativa de culpa individual. Somos chamados a adotar uma postura crítica em relação às normas sociais e aos sistemas que nos moldam, reconhecendo que a cura requer mudanças que vão além do pessoal. Falar sobre não é apenas libertador para o indivíduo, mas também essencial para a construção de uma sociedade mais justa e saudável. A psicanálise nos oferece ferramentas para compreender a complexidade dos transtornos dentro de um contexto social. Ela desafia a ideia de que somos unicamente responsáveis por nossos problemas e nos encoraja a buscar soluções que considerem tanto a cura individual quanto a transformação social.
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psicologmind
9 months ago
O bullying é uma forma de agressão intencional e desequilibrada, onde a vítima se encontra em uma posição de vulnerabilidade em relação ao agressor. Havendo implicações profundas que passam o ambiente escolar ou social onde inicialmente ocorre. Do ponto de vista tanto psicanalítico quanto psicológico, o bullying afeta a nossa capacidade de se comunicar e interagir de forma saudável. é importante entender que o trauma causado pelo bullying nos leva a um estado de hipervigilância emocional. A vítima, constantemente em alerta para potenciais ameaças, desenvolve dificuldades em confiar nos outros. Refletindo na comunicação, onde a expressão aberta de pensamentos e sentimentos se torna cheia de ansiedade pelo medo de julgamento ou rejeição. Além disso, o bullying pode distorcer a percepção de capacidade e autoestima. Quando pessoas são repetidamente marginalizados e desvalorizados, internalizam uma imagem negativa de si mesmas. Essa autoimagem impede a participação em grupos e a busca por apoio, perpetuando o isolamento e dificultando o desenvolvimento de habilidades sociais. Para a psicanálise, o bullying é visto como uma interrupção no desenvolvimento da capacidade de se relacionar de maneira saudável. Freud enfatizou a importância das relações interpessoais no desenvolvimento psicológico. O bullying, ao introduzir relações baseadas em poder, medo e agressão, leva a um desenvolvimento distorcido do porção da personalidade responsável pela regulação dos comportamentos sociais, éticos e morais. A comunicação, é afetada não apenas na capacidade de falar, mas também de ouvir. Vítimas de bullying desenvolvem uma sensibilidade muito maior a críticas ou mesmo a feedbacks construtivos, interpretando-os como ataques pessoais. Isso dificulta o aprendizado e o crescimento pessoal, componentes essências na vida em sociedade. Além disso, influencia a forma que o indivíduo se posiciona dentro de um grupo. Desenvolvendo uma tendência a assumir papéis passivos, evitar conflitos ou, curiosamente, ter comportamentos agressivos como mecanismo de defesa. Esses padrões de interação dificultam a formação de relacionamentos equilibrados e saudáveis. O papel da educação e da conscientização sobre o bullying é indispensável na prevenção de seus efeitos. Promover ambientes inclusivos, seguros e de apoio mútuo é fundamental para o desenvolvimento saudável da capacidade de comunicação e de se de viver em grupo. Ao enfrentarmos essa violência com seriedade, podemos garantir que as gerações futuras cresçam em ambientes que valorizam o respeito, a diversidade e a empatia, coisas essenciais para uma sociedade saudável.
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psicologmind
9 months ago
A teoria do complexo de Édipo, introduzida por Freud, permanece como uma dos fundamentos da psicanálise para entender o desenvolvimento da criança. Este conceito explora a ideia de que, em uma certa fase da infância, crianças experimentam sentimentos de desejo pelo pai do sexo oposto e sentimentos de rivalidade para com o pai do mesmo sexo. Freud diz que esse fenômeno ocorre entre os 3 e 5 anos de idade, um período que ele denominou fase fálica do desenvolvimento. Nesse fenômeno, o menino experimenta o que ele chamou de "desejos edípicos" pela mãe. acompanhando de ciúmes e hostilidade em relação ao pai, visto como um rival. O mesmo ocorrendo com a menina, havendo um conflito mais acentuado com a mãe, e não, não se chama complexo de Electra, outro autor posteriormente vai fazer essa distinção, não feita por Freud. O fim do Complexo de Édipo é um processo crucial no desenvolvimento psicológico. Freud acreditava que, para um desenvolvimento saudável, a criança precisa superar esses sentimentos. No caso dos meninos, o medo da castração levaria à identificação com o pai, adotando seus valores e características. Para as meninas, a superação envolveria a renúncia ao desejo pelo pai e a identificação com a mãe. Esse fim é essencial para a formação da consciência moral da criança, e influencia as relações futuras com figuras de autoridade e parceiros. Nos dias de hoje, psicanalistas e psicólogos consideram a dinâmica edípica importante, mas a interpretam dentro de um contexto mais amplo de desenvolvimento emocional e social da criança. O foco não está apenas na sexu alidade reprimida, mas também na forma como as crianças aprendem a negociar desejos, rivalidades e identificações dentro do contexto familiar. Este processo é fundamental para entender capacidade de estabelecer relações saudáveis na vida adulta. É essencial reconhecer que o Complexo de Édipo é mais um conceito que destaca a complexidade do desenvolvimento infantil e a influência das primeiras relações familiares na formação do ser humano . #psicologia #psicanalise
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psicologmind
9 months ago
Vamos lá, se as pessoas não entenderem depois disso eu desisto de explicar sobre… Bom, a prática de fazer humor sobre as próprias condições e experiências, especialmente aquelas que são dolorosas ou traumáticas, é um fenômeno da psique. Essa forma de expressão pode ser vista, em parte, como um mecanismo de defesa conhecido como “identificação projetiva com o agressor”. Consultar Ana Freud e melaine Klein. Este mecanismo envolve, a adoção de palavras, comportamentos ou atitudes que eram originalmente utilizadas pelo agressor, neste caso, durante a infância, transformando-as em material para lidar consigo próprio. A identificação projetiva é um conceito complexo da teoria psicanalítica, que diz que o indivíduo tenta controlar dor psicológica assumindo e internalizando aspectos do agressor. No contexto do humor( ácido ou não )sobre si mesmo, isso se manifesta através da utilização de falas depreciativas ou críticas que uma pessoa ouvia, agora direcionadas a si mesma em forma de piada. Não sendo uma tentativa inocente de fazer os outros rirem, essa prática revela uma questão interna sobre traumas não resolvidos. Quando se faz piadas sobre as próprias características que foram fontes de bullying ou preconceitos, pode ela estar inconscientemente tentando reivindicar poder sobre essas experiências. Ao fazer humor de algo que uma vez causou sofrimento, o indivíduo tenta transformar a dor em algo manejável, algo sobre o qual ele tem a falsa sensação controle. No entanto, essa estratégia tem um custo psicológico. Ao invés de curar as feridas emocionais, o humor reforça a dor, perpetuando uma imagem negativa de si. Embora a identificação com o agressor possa parecer servir como uma forma de lidar com o trauma, ela não promove a resolução desse trauma de forma saudável. Em vez disso, prende o indivíduo em um ciclo de auto-humilhação e rejeição, dificultando a construção de uma autoestima saudável. Para quem utiliza o humor dessa maneira, à cura envolve reconhecer e enfrentar as origens do dor. Isso não quer dizer que esteja proibido fazer humor com as próprias condições, mas que isso seja feito de maneira comedida, idealmente quando o agressor já fora enfrentado e superado, se tornado uma real fonte de inspiração para a arte do humor. #psicologia #psicanalise #humor #psi #terapia
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psicologmind
9 months ago
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